11º CineOP- Mostra de Cinema de Ouro Preto

A incrível cidade de Ouro Preto foi palco do 11º CineOP- Mostra de Cinema de Ouro Preto no mês de junho. Em 2016, entre as muitas atividades, o evento privilegiou o eixo – Cinema, TV e Educação. Através do recorte preservação, educação e audiovisual, esse festival reúne a academia, estudantes e profissionais de cinema e educação para refletir sobre temas importantes como a memória cultural e a importância histórica de filmes e imagens, bem como as técnicas de preservação e catalogação de acervos, especialmente neste momento de transição do analógico para o digital. Muitos jovens, estudantes em geral, mestres, doutores, produtores e cineastas circularam pela cidade que ofereceu 100 horas com intensa programação durante os seis dias de mostras, oficinas e debates.
Nada mais emblemático do que estar em Ouro Preto para falar de patrimônio histórico e entender que cultura e preservação das imagens produzidas por um país representam uma riqueza a ser olhada e cuidada. Questões fundamentais foram levantadas nesse espaço e já foram transformadas em documentos com diretrizes para um Plano Nacional de Preservação. Esse plano pretende ser um guia para politicas públicas do setor.
Não menos importantes e calorosos foram os debates que giraram em torno de audiovisual e educação com falas que trouxeram perguntas sobre possibilidades e limites da educação através dos conteúdos audiovisuais distribuídos hoje nas mais diversas plataformas. Uma reflexão e um balanço sobre o estado da Lei 13.006/14, que fala sobre obrigatoriedade de exibição de cinema nacional mensalmente nas escolas de educação básica e a necessidade de reforçar, produzir e mostrar conteúdos que falem de alteridade e diversidade nas suas diferentes expressões para crianças e jovens foram destacados nas mesas com a participação de pesquisadores e profissionais como Nilda Alves, Nelson Pretto, Pola Ribeiro, Marilia Franco, Beth Carmona (comKids) , Mariana Loterszpil (LatinLab), representantes da TV Escola, entre outros.


Um dos pontos singulares desse festival é a mostra de conteúdos produzidos por jovens e crianças dentro de escolas e coletivos. Segundo Adriana Fresquet, curadora e organizadora das pautas de educação do evento, “as imagens que os estudantes, em parceria com professores, funcionários e pais, têm produzido nas escolas são páginas preciosas da história audiovisual educativa brasileira”. 42 curtas produzidos no Brasil por educadores e estudantes no contexto escolar e espaços não formais de ensino foram realizados em diferentes estados brasileiros e exibidos para os participantes, tendo um crescimento significativo nessa edição.
Nesse espírito, a mineira TVCocriativa, um webcast colaborativo, surgido em 2011, que reinventa a linguagem da televisão utilizando a internet realizou um trabalho com a colaboração adolescentes do bairro Cabanas de Mariana , com vídeos que foram veiculados no espaço da internet da TV Cine OP. Entre outras ideias, os jovens desenvolveram pílulas com entrevistas com convidados do evento em pontos turísticos da incrível cidade.
Beth Carmona e Mariana Loterszpil participaram desse momento.
Outro grande homenageado da Cine OP, foi o cineasta Eduardo Coutinho, que teve exibidos diversos de seus documentários. Um deles, o enigmático Um Dia na Vida (2009), que se utiliza de imagens gravadas de programas e publicidades da TV aberta brasileira. O filme gerou debates interessantes nas noites frias da bela Ouro Preto.



Foto do destaque: 11a CineOP – Exibição do longa FILHOS DE BACH, direção Ansgar Ahlers no cine Praça. Foto Leo Lara/Universo Produção