Sétima edição do Festival Internacional Paidéia

De 25 a 29 de setembro, quarta a domingo, o Sesc Santo Amaro em parceria com a Paidéia Associação Cultural apresenta ao público o VII Festival Internacional Paidéia de Teatro para a Infância e Juventude: Uma Janela para a Utopia. São 31 apresentações de 14 peças de teatro, a maioria inéditas em São Paulo, além de workshops, mesas de reflexão e uma oficina de crítica teatral voltada a estudantes de jornalismo. A programação vai acontecer na sede da Paidéia, em Santo Amaro, no Sesc Santo Amaro e uma das peças encenada no Mercado Municipal de Santo Amaro.

Com o tema “Água”, sustentabilidade e meio ambiente, o Festival tem curadoria de Dib Carneiro Neto, jornalista, crítico e dramaturgo. “Nossa ideia era justamente que o tema não fosse uma camisa de força, mas que abordasse além da questão ecológica, e também falasse da ética nos relacionamentos”, conta. Além dele, assinam a curadoria Aglaia Pusch, Camila Amorin, Gisela Ribeiro Rodrigues e Rafael Spaca. A Paidéia Associação Cultural foi fundada por Amauri Falseti e Aglaia Pusch, já existe há 16 anos e desenvolve atividades de criação e montagem de espetáculos teatrais dirigidas ao público infantojuvenil.

A programação abre com um dos diferenciais do festival este ano. No dia 24 de setembro, no Sesc Santo Amaro, a poeta, jornalista e professora Mônica Rodrigues da Costa ministra a Oficina de Crítica de Teatro para Crianças, que será repetida em todos os dias do Festival.

No dia 25 de setembro, em sessões às 9h30 e 11h, é apresentado um teatro de animação feito no próprio corpo. Essa é a proposta da Figurentheater Margrit Gysin (foto), companhia suíça que está presente com a peça Os Sete Corvos, livre adaptação do conto homônimo dos Irmãos Grimm. No mesmo dia, às 10h30 e 14h30, Terremota, de Guto Togniazzolo, Jackie Obrigon e Marcelo Romagnoli, tem apresentação marcada no Sesc Santo Amaro.

Uma das companhias mais importantes e inovadoras da Alemanha, o GRIPS Theater Berlin traz a obra Sede – Uma viagem de aventura, criada em intercâmbio com a Paidéia sobre o tema ‘água’, às 20h. Fundada em 1969 por Volker Ludwig, a companhia é uma das mais importantes da Europa. O grupo alemão também ministra um workshop aberto ao público nos dias 26 e 27 de setembro, a partir das 9h.

No dia 26 de setembro, quinta-feira, é exibida A Linha Mágica, às 10h30 e 14h30. A encenação de A Fabulosa Cia, de São Paulo, conta a história de uma lenda francesa que fala sobre a relação do homem com o tempo. Ainda nesse dia, às 16h, é apresentada Três fios, uma adaptação do conto Os três fios de ouro do cabelo do diabo, dos Irmãos Grimm, da Cia Paidéia de Teatro, dirigida por Amauri Falseti.

Na sexta-feira, 27, às 20h, a Cia Paidéia apresenta Ycatu – Água Boa. A peça discute como o homem faz parte da natureza e coloca sua vida em risco ao não proteger os recursos hídricos, com texto e direção de Amauri Falseti. Da Dinamarca, o Teatro Madam Bach mostra Vento, dia 28, sábado, às 11h e às 14h. Às 16h, a trupe Balangandança Cia., de São Paulo, apresenta Álbum das Figurinhas, uma brincadeira entre os bailarinos e os espectadores de todas as idades utilizando a memória. Do grupo Clowns de Shakespeare o público pode assistir Hamlet – um relato dramático medieval, encerrando a programação do dia.

Sustentabilidade?, da Cia Paidéia Jovem se apresenta às 20h do sábado. Baseado em textos de Leonardo Boff e Gonçalves Dias, o trabalho faz parte do projeto Ycatu – Água Boa e tem por objetivo criar e produzir espetáculos com conteúdos pertinentes à ecologia e à defesa do meio ambiente. Para encerrar a programação do dia, o Teatro do Kaos, grupo de Cubatão, mostra sua versão ousada de A Falecida, no Jardim da Paidéia, às 21h.

No domingo, o destaque fica por conta da apresentação de Sua Incelença, Ricardo III, da trupe Clowns de Shakespeare, dirigida por Gabriel Vilela e que será encenada no Mercado de Santo Amaro, às 19h.

Destaques:

Teatro do Kaos – Cubatão (SP) – Brasil
O Teatro do Kaos existe desde 1997 e já realizou mais de 800 apresentações para um público de cerca de 160 mil pessoas. Já apresentaram as peças “Caim”, “A Divina Comédia”, “Sonho de uma Noite de Verão”, “Pinóquio”, entre outras. Algumas encenações contaram com atores como Nuno Leal Maia, Juan Alba, Alexandre Borges, Gabriel Braga Nunes, entre outros. A trupe é proprietária do único teatro existente na cidade de Cubatão. Mais informações em www.teatrodokaos.org. Com direção geral de Nelson Baskerville, a peça foi considerada ousada e original pela crítica especializada e conta com direção do ator e produtor Marcos Felipe e da atriz Sandra Modesto, ganhadora de diversos prêmios como melhor atriz.

A Fabulosa Cia – SP – Brasil
O espetáculo “A Linha Mágica”, de A Fabulosa Cia, de São Paulo, conta a história de uma lenda francesa que fala sobre a relação do homem com o tempo. O diretor Eric Nowinski utiliza animações e cenários virtuais, além de músicas compostas pelos integrantes da companhia tocadas ao vivo, para contar essa história. Fundada por Eric e Simone Grande, a companhia existe desde 2010.

Cia do Fubá – SP – Brasil
“A Menina Lia”, peça da Cia do Fubá que ganhou o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2012, na categoria Melhor Espetáculo Infanto-Juvenil, narra a história da menina Lia, cuja maior diversão é passar horas na biblioteca, lendo livros. Para desgosto de seus pais, Lia gosta de ler e os deixa infelizes, já que ambos gostariam que ela assistisse mais TV ‘como toda boa criança’. Um dia ela encontra o livro Matilda, que fala sobre uma garota exatamente como ela- e inspirada por ele, ela tentará vencer o desprezo da família e a tirania da diretora da escola para encontrar seu próprio final feliz. A obra é livremente inspirada em Matilda, do britânico Roald Dahl, mesmo autor de “A Fantástica Fábrica de Chocolates”.

Le Théâtre des Confettis – Canadá
Criado pela companhia canadense Le Théâtre des Confettis, o espetáculo “Ondas, Tudo que Brilha Vê” mostra o encontro de um personagem com um homem tocando gaita dentro de uma tenda, onde ele sonha com o mar. Lá dentro, ele cria e faz surgir areia, tartarugas, gaivotas e peixes, e depois a grama da duna, o céu, os barcos e o tempo que passa. Ao lado dele, outro homem alto faz música e deixa sua voz flutuar sobre o oceano. Abordando o tema da espera, a peça conta com cenografia de Erica Schmitz, música de Josué Beaucage e o ator Guy Daniel. A companhia existe desde 1977, participou de muitas turnês no Canadá e Estados Unidos, Europa e Ásia, participando de mais de 30 festivais.

GRIPS Theater Berlin – Alemanha
Uma das companhias mais importantes e inovadoras da Alemanha, o GRIPS Theater Berlin traz uma peça criada em intercâmbio com a Paidéia sobre o tema ‘água’. Fundada em 1969 por Volker Ludwig, a companhia é uma das mais politizadas da Europa. Em “Sede – Uma viagem de aventura”, adaptação livre feita a partir da obra de Thomas Ahrens, a história se passa entre o pai de Pauline, um engenheiro e especialista em águas, que pesquisa novas reservas na Índia para uma empresa multinacional. A filha viaja com o pai e, junto a seu primo Malik, conhece a empregada Meena, cuja família se depara com uma difícil decisão. A partir de então, começa uma viagem de descobertas, que leva Pauline ao fim do mundo, e a coloca em conflito com seu pai. O grupo alemão também ministrará dois workshops abertos ao público nos dias 26 e 27 de setembro, a partir das 9h.

Figurentheater Margrit Gysin – Suíça
Um teatro de animação feito no próprio corpo. Essa é a proposta da Figurentheater Margrit Gysin, companhia suíça que está presente com a peça “Os Sete Corvos”, uma livre adaptação do conto homônimo dos Irmãos Grimm. O teatro de animação conta a história de uma menina que teve os seus irmãos transformados em corvos pelo pai e ela sai em busca deles para salvá-los. O espetáculo é encenado no corpo da atriz, com seu figurino e adereços, como um bolso que se torna um poço, uma dobra de camisa se transforma numa cabana. O teatro foi fundado em 1976, e já participou de festivais em diversos países e foi premiada em Praga, Hungria, México, Viena, Madri, entre outros países.

Teatro Clowns de Shakespeare – Rio Grande do Norte – Brasil
Do Rio Grande no Norte, o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, traz o espetáculo “Sua Incelença, Ricardo III”. Dirigido por Gabriel Vilela, um dos mais importantes nomes do teatro contemporâneo -já tendo ganhado premiações importantes como APCA, Shell e Molière-, a montagem mistura referências nordestinas e inglesas para contar a saga shakespearana. A peça será apresentada no Mercado de Santo Amaro, ao ar livre numa arena montada pele trupe. Misturando o universo lúdico do picadeiro do circo, dos palhaços mambembes, das carroças ciganas, o grupo cria um diálogo entre o sertão e a Inglaterra elisabetana com músicas de bandas inglesas como Supertramp e Queen.

Cia Paidéia Jovem – São Paulo – Brasil
A Cia Paidéia Jovem apresenta a intervenção “Sustentabilidade?”. Baseado em textos de Leonardo Boff e Gonçalves Dias, o trabalho faz parte do projeto Ycatu – Água Boa. Com coordenação de Rogério Modesto e Manoela Pamplona, o projeto dos jovens tem por objetivo criar e produzir espetáculos com conteúdos pertinentes à ecologia e à defesa do meio ambiente.

Guto Togniazzolo, Jackie Obrigon e Marcelo Romagnoli – São Paulo – Brasil
Ganhador do prêmio de Melhor Texto de 2012 pela APCA e com duas indicações ao Prêmio Femsa de Teatro Infantil para melhor texto e atriz, a peça “Terremota”, tem apresentação marcada na Paidéia. Criado por Jackie Obrigon e Marcelo Romagnoli, vindos, respectivamente, das premiadas Bendita Trupe e da Banda Mirim, o espetáculo conta a história de Maria, uma menina corajosa e esperta que vive com o tio Bigode e tem um gato chamado Platão. Passa grande parte do dia sozinha em casa e sua maior diversão é analisar o mundo pela janela. Um dia, indignada com o que vê, decreta autonomia e funda, na própria sala, uma nova ordem, a República Terremota. O cenário é assinado pela talentosa Marisa Bentivegna, e os figurinos pela premiada Claudia Shapira.

Cia Paidéia de Teatro – São Paulo – Brasil
A peça “Três fios” é uma adaptação do conto “Os três fios de ouro do cabelo do diabo”, dos Irmãos Grimm. Da Cia Paidéia de Teatro, dirigida por Amauri Falseti, a peça foi indicada ao Prêmio Femsa de Teatro Infantil e Jovem na categoria Texto Adaptado e Figurino. Conta a história de uma pobre mulher que teve um filho nascido envolvo numa membrana da sorte, profecia que dizia que ele receberia a filha do rei como esposa. O rei, então, colocou o menino numa caixa e lançou-a ao rio, para impedir que o casamento acontecesse. A partir daí, se desenrola uma aventura no reino que mostra muitas idas e vindas do destino.

“Ycatu – Água Boa” é o título do outro espetáculo da Cia. Paidéia de Teatro.
Ycatu, em tupi-guarani significa ‘água boa’, e a peça discute como o homem faz parte da natureza e coloca sua vida em risco ao não proteger os recursos hídricos. Com texto e direção de Amauri Falseti, que se inspirou em autores como o escritor estadunidense Ernest Callenbach, autor do romance Ecotopia, e a ativista canadense e escritora Maude Barlow, fundadora do Blue Planet Project, a peça conta a história de uma companhia de teatro que ensaia sua nova peça infantil sobre a importância da água. Os atores fazem cenas divertidas, cheias de música e movimentos, até que coisas estranhas começam a acontecer e personagens do folclore decidem participar com sugestões, atrapalhando os ensaios.

Teatro Madam Bach – Dinamarca
Da Dinamarca, marca presença no Festival a peça “Vento”, do Teatro Madam Bach. Inspirados por Michael Chekhov, ator e educador russo de teatro, sobrinho do dramaturgo Anton Chekhov, a companhia trabalha com o ensino do teatro para crianças e jovens, oferecendo performances de ensino e palestras. “Vento” é uma peça de teatro sensorial e visual para crianças, com o vento sendo metáfora para transformar imagens, de uma brisa suave de verão a tempestades ardentes.

Mesas de reflexão
A programação propõe duas mesas de reflexão. A primeira delas acontece no dia 26, quinta-feira, às 18h, com o tema Armadilhas do teatro com intenções didáticas, com participação de Bebê de Soares, (Brasil), Stefa Fischer-Fels (Alemanha), Marcelo Romagnoli (Brasil) e Lisa Becker (Dinamarca) no Cinema da Paidéia. Já no dia 27, sexta-feira, às 16h, o tema é Os desafios de criar e produzir teatro para jovens, com Amauri Falseti (Paidéia Brasil), Eric Nowinski (Brasil), Gabriel Macció Pastorini (Uruguai) e Christine Specht, da Colômbia.

Serviço
VII Festival Internacional Paidéia de Teatro para a Infância e Juventude: Uma Janela para a Utopia
De 25 a 29 de setembro, de terça a domingo
14 peças de teatro Suíça, Dinamarca, Brasil, Alemanha, Canadá, (Cubatão, Rio Grande do Norte e São Paulo)
Show, workshops, mesas de reflexão e oficina de crítica teatral
Programação completa no site: 
www.paideiabrasil.com.br
Paidéia
Rua Darwin, 153 – Alto da Boa Vista
11 5522 1283
Sesc Santo Amaro
R. Amador Bueno, 505 – Santo Amaro São Paulo

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